15 de setembro de 2010

SYNTHOL / ADE




É impressionante a capacidade que temos aqui no Brasil de importar tudo que é porcaria que se faz lá fora. E em alguns casos, como no uso de óleos em aplicações intramusculares, deixar a coisa ainda pior do que já é. Enquanto em outros países, os idiotas usam substâncias um pouco menos perigosas, no nosso país, na falta de recursos, usamos drogas como o ADE, Estigor, Ganekyl e outras que não são destinadas para isso. E como isso tudo começou?
Era uma vez um fisiculturista brasileiro bem conhecido. Ao viajar para os Estados Unidos para passar um tempo treinando com os bodybuilders de lá, aprendeu que os caras usavam algumas substâncias com o objetivo de corrigir deficiências causadas por lesões no treino. Por exemplo, o cara arrebentava os ligamentos de um dos bíceps. Com isso ele nunca conseguiria mais atingir a simetria necessária, já que um dos braços não alcançaria mais o mesmo tamanho do outro. A solução era injetar o óleo no local lesionado, e assim maquiar a deficiência. Trouxe a moda para o Brasil, e não demorou para que algum idiota resolvesse usar essa técnica para tentar aumentar os músculos de maneira bem mais fácil e rápida. E o estrago estava feito.
Na segunda parte da década de 90, um maluco apareceu com uma invenção, que segundo ele, revolucionaria a musculação, o Synthol.

O inventor do negócio é um alemão chamado Chris Clark. Já temos uma entrevista feita com ele, mas decidi que, antes de publicá-la aqui no site, seria legal que todos conhecessem um pouco mais dessa droga.
Se você decide fazer uso de esteróides, GH, insulina, termogênicos, etc., para que os resultados apareçam, vai ter que treinar, vai ter que ralar. Com o uso desse óleo não. Tentador não é? O problema vai ser a aparência do músculo, que perde definição, vascularização, dando a impressão de ser um tumor. Não existe nenhum aumento de força, de energia, de nada. Segundo ele, o objetivo era esse mesmo, desenvolver uma droga capaz de te dar músculos instantâneos, e a inspiração veio do antigo Esiclene, uma droga que era usada as vésperas dos campeonatos para inflamar os músculos, e assim causar um aumento de tamanho temporário. Clark gastou vários meses utilizando diversas combinações de óleos nele mesmo e em amigos "Eu queria achar algo que não fosse só mais eficiente que o Esiclene, mas também bioinativo, para não causar problemas no organismo do usuário".
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Ao achar que tinha conseguido o que queria, Clark pediu ajuda a alguns farmacêuticos para finalizar o experimento. Inicialmente a droga foi batizada de Synthosizze, mas acabou sendo abreviada para Synthol. Segundo o maluco, seria uma combinação das palavras size (tamanho) e synthetic (sintético). No início muitos começaram a encomendar diretamente com Clark, e gostaram do que acontecia. E diante do sucesso imediato, o cara começou a investir pesado para aumentar a produção, que até então ainda era artesanal. No início o preço de um bujão de 100 ml chegava a US$ 400,00, e logo apareceu uma cópia mais barata também, o Muscle Sheen, feito por uma empresa inglesa. No começo só era encontrado na Europa, onde se permite o comércio desse tipo de substância. Ao ver que não conseguiria exportar para os EUA, onde tais drogas são proibidas, Clark fez um novo registro, classificando a substância como um óleo bronzeador, e batizando de Pump´n Pose, o nome com o qual o Synthol ganhou popularidade.

Totalmente fabricado na Alemanha, é revendido nos EUA pela Genapharma. Atualmente já existem outras opções, ou imitações, mas o Pump´n Pose ainda é o mais procurado.

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O Synthol necessita de várias aplicações diárias, e aí reside o grande perigo. Milos Sarcev, um dos mais populares bodybuilders do circuito profissional, quase foi conhecer o capeta ao tentar óleo. Embora a Genapharma e o Chris Clark digam que a substancia é 100% segura, e que é metabolizada sem problemas pelo organismo, a coisa parece não acontecer dessa maneira. Se por algum acidente, durante a aplicação, o óleo atingir a corrente sanguínea, rapidamente o usuário corre o risco de choque anafilático e entrar em coma, como ocorreu com Milos.
Não se pode utilizar agulhas muito finas, caso contrário o óleo não passa, e a aplicação tem que ser intramuscular profunda. O risco de se atingir algum nervo em um trabalho desses, em músculos como as panturrilhas, bíceps e deltóides, os preferidos, é altíssimo. Também existe a possibilidade de se pegar em uma artéria ou veia, o que aumenta as chances de uma hemorragia interna. Alem do risco óbvio de um abcesso, em razão da frequência de aplicações.

Esse tipo de prática, de aplicação de substâncias que dão aparência de músculos hipertrofiados, é, na minha opinião, o que de pior poderia acontecer para o bodybuilding. Para mim é como se você recorresse a um implante de silicone. É ridículo. Alem de desmoralizar o atleta de levantamento de pesos. Fica óbvio que não se tratam de músculos. Mesmo uma pessoa leiga não entende. Lembro, em um campeonato, um amigo que nos acompanhava apenas para assistir, que não é malhador, ao ver chegar um pequeno grupo desses imbecis, com antebraço fino, sem ombro, mas com 70 cm de braço, perguntar se aquilo era algum tumor em consequência do uso de anabolizantes.
Fora os acidentes amplamente divulgados pela mídia dos casos fatais com aplicações de óleo, como aconteceu a pouco tempo em Goiás. Aí vem a imprensa, completamente desinformada, e avisa do risco de se tomar esteróides (!?). E nós todos, que treinamos de verdade, temos que ouvir de familiares e amigos os avisos de alerta,por causa dos coitados que
fizeram a burrada.

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Esse idiota não é um ótimo exemplo para o nosso esporte ?


Acho que se o sujeito é, de fato, um atleta de competição, e necessita de alguma pequena correção, sem problema. Mas para o garotão da praia, o playboy que quer impressionar na balada...pura idiotice.
Ou será que esse jumentos acham mesmo que estão enganando alguém na rua com esses músculos redondos e lisos?
E pior ainda para a família, que não tem noção do que está acontecendo, e de repente tem que internar o filhinho para a retirada de bolsas de óleo que empedraram e começam a necrosar.
Amigão, se você acompanha o nosso site, já sabe qual é a nossa postura em relação a drogas no esporte. Mas isso é pura estupidez. Não entre nessa.

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Foto pós-cirurgia, depois de uma retirada de bolsas de óleo que necrosaram.

8 comentários:

  1. mt bomm,obg meesmo pelos conselhos!

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  2. valew ai depois de ouvir issso de vc nao vou mas tomar ade nem oleo nenhum valew amigao pelo incentivo

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  3. Tomar esteróides já é coisa de imbecil, mas isso chega ao cúmulo do ridículo.

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  4. o amigo, vc pode dar sua informacao sobre o assunto, mas nao pode xingar as pessoas de burras e idiotas,vc nao pode julgar, tenho certeza que vc ja fez muita merda tambem,valeu?

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  5. vlu pelo toque pensava em toma essas porcarias agr vou passar longe disso muito obrigado pelo toque !!

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  6. ai moçada eu treino a 10anos e nunca uzei nenhum tipo de óleo para fazer localizada",tenho 46cm. de braço,treino de segunda á sexta,sempre que posso compro suplementos",estes sim são indicados,a medio e longo prazo vc. atingira seus objetivos..."valeu...bons treinos hardcore á todos...

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  7. poxa
    fiz uma aplicação hj e estou super arrependida.
    tá doendo e eu to c muito medo. falem algo sobre a pos aplicação. não consegui malhar. quando passam as dores? n estou conseguindo falar c a pessoa q aplicou. to muito arrependida mesmo!!!

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